quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Uma aventura com o meu filho (2) - Museu do Côa




O Museu do Côa vale a visita. Para mim, apenas a visita ao museu – o edifício, a obra arquitectónica - já teria valido os 400 Km (mais o regresso).

A chegada ao museu é memorável. Verdadeira peça de land art - enquadrado – disfarçado - na paisagem, junto à foz do Coa, por cima do Douro, ele apenas se revela já muito perto. O museu é uma peça única de arquitectura – diz o leigo que eu sou, impressionado que fiquei desde o primeiro momento, desde o acesso principal ao museu, uma rampa que se estreita em funil, desembocando na sala de recepção, por onde se pode seguir para o museu ou para o restaurante no piso inferior.  

Com projecto arquitectónico de Tiago Pimentel e Camilo Rebelo, o museu é inteiramente dedicado às gravuras, com muito material informativo sobre a ocupação humana da região, reproduções das gravuras, ilustração histórica e algumas pequenas pedras de xisto gravadas, retiradas das escavações. Mas se a visita ao museu não substitui a visita às gravuras, o edifício é ele mesmo impressionante. Anguloso, provocador, a solução da pedra exterior, aliás cimento moldado em pedras de xisto, reconhecendo as irregularidades do xisto, é genial.

A vista do restaurante para as escarpas áridas do Douro, onde a quietude da paisagem apenas cortada pelo ruído das cigarras (no verão, obviamente) envolve os visitantes (e mastigantes), é inesquecível. Não almoçámos no restaurante do Museu, mas pareceu-nos uma hipótese a considerar em futura visita, pela comida, nos disseram, mas pela vista, com certeza. A título informativo: o preço da refeição com facilidade ultrapassa os 25€.

Perdido no meio do nada, o museu é uma peça artística única. 
Deixo os pormenores para os especialistas, com a minha insistência de que apenas a visita ao museu vale a deslocação. 





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