A Ideia faz 50 anos e a efeméride é celebrada na Biblioteca Nacional com uma exposição que está patente ao público até 14 de Dezembro.
Esse dia último dia, sábado 14 de Dezembro (15.30) é também o dia do lançamento do último número de A Ideia, que terá a apresentação do director, António Cândido Franco.
« A Ideia, então «órgão anarquista específico de expressão portuguesa», foi fundada por João Freire em Paris em abril de 1974. Era, de certa maneira, uma herança do espírito de “Maio de 68” que se queria fazer alargar, também em língua portuguesa. Assim, esteve no cerne da realização, em julho de 1974, de um grande comício anarquista internacional, que encheu a ‘Voz do Operário‘ de Lisboa. A partir de 1975 a revista prosseguiu a sua existência já em Portugal, procurando compatibilizar a herança dos antigos anarquistas sindicalistas do tempo da República e da Ditadura que animavam os jornais A Batalha ou Voz Anarquista com as atitudes contestatárias da juventude escolarizada de então.
Na década de 80, considerando estabilizada a democracia em Portugal, A Ideia evoluiu no essencial das suas mensagens, estimulando a legitimação dos então chamados “novos movimentos sociais” (sobretudo o feminismo, a ecologia e o pacifismo) ao mesmo tempo que, contando com novos colaboradores como Miguel Serras Pereira e Vasco Rosa, deixou o anterior carácter gráfico artesanal-militante e assumiu-se efetivamente como uma «revista de cultura e pensamento anarquista», alargando muito o leque de autores que nela participavam, incluindo na área pictórica.
Depois de uma década muita discreta, a revista ressurge com o século XXI como “revista libertária”, de novo pela mão de João Freire; e foram elementos seus que entre 2010 e 2012 desenvolveram o projeto ‘Movimento social crítico e alternativo’ (MOSCA) financiado pela FCT. Em 2013 assumiu a sua direção o já antigo colaborador António Cândido Franco que lhe imprimiu uma dinâmica muito nova, como «revista de cultura libertária» e com o seu conteúdo a corresponder a tal programa editorial, com especial destaque para os temas e autores surrealistas, tanto na escrita como nas imagens, mas sem minimamente renegar a sua trajetória anterior.»
Exposição até 14 de Dezembro de 2024
Lançamento do n.º 104/105/106, 14 de Dezembro, 15.30
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