Do ponto de vista plástico e arquitectónico o Amadora BD
deste ano está muito bom (embora fosse difícil superar o festival do ano
passado). Mas algumas soluções simples – as paletes e a forma de fixar os
painéis com cabos, p.ex. - são muito interessantess e, em especial o piso «nobre»
está ao nível dos melhores.
Mas devo fazer algumas observações:
- O espaço da cave é um problema crónico. Creio que há sempre
um investimento desproporcional no piso principal, tratando o piso inferior
como suplementar. Mas o público (ou quase todo, e pelos menos os «turistas», penso
eu) percorre todos os espaços, e este segundo piso parece estar sempre inacabado.
Alguma coisa parece cronicamente falhar. Muito grande, ele acaba por deixar grandes vazios, o que é bastante desagradável. Seria de considerar futuramente
a hipótese de cortar o espaço a meio.
- O Amadora BD 2014 dedicou uma atenção especial às figuras de
Batman e Mafalda, que fazem, respectivamente, 75 anos e 50 anos.
Figuras bastante diferentes, eles mereceriam, por si só, um
festival inteiro, e todo o tempo e espaço seriam insuficientes.
Eu não sei dos problemas logísticos, de direitos de autor,
meios técnicos e de financiamento, que envolvem trazer pranchas para Portugal e
construir salas à volta de um autor ou uma figura; mas qualquer destes «heróis» precisava
de mais espaço e principalmente mais aternção.
Não preciso enfatizar que o Batman será porventura o
super-herói que teve mais e melhores desenhadores e autores. Figura complexa, não
se esgotaria num festival, mas duas salas são manifestamente insuficientes. De
outra forma, uma sala e meia dúzia de pranchas para a Mafalda é pouco. Muito pouco.
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