Tomei consciência de que Bergman era afinal um moralista, e logo (no primeiro filme do ciclo a que assisti) em Morangos Silvestres. Não propriamente um «reaccionário», como se torna óbvio em Fanny e Alexander, mas no sentido de alguém com preocupações morais que quer transmitir.
O velho médico egoísta que na viagem onde vai receber um título honorário pela actividade de uma vida, reencontra o passado e a juventude, numa catarse redentora que no final lhe embrandece o coração e o reconcilia com o filho e a vida.
O sonho que se confunde com a vida, o relógio sem ponteiros e a carreta que transporta o morto numa rua silenciosa, sem pessoas, e que afinal se revela ele mesmo quando cai e se abre, são icónicos.
Ingmar Bergman, 1957
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