sábado, 11 de novembro de 2017

A fábrica de nada







De certeza que já disseram ao Pedro Pinho que o filme é comprido. Compreende-se a intenção do autor de sublinhar algumas ideias, as discussões absurdas que alguns, muitos talvez, dos espectadores também, terão tido no PREC, ou o drama real (a história é baseada em factos reais) que os operários viveram, por exemplo; mas claramente o tempo - três horas - penaliza o filme. Não por ser comprido e afastar o público, mas pela desnecessidade de regressar a algumas cenas mais patéticas uma e outra vez (em prejuízo até, aqui e ali, da exploração das vidas pessoais dos personagens). E o absurdo de a elas regressar, como uma obsessão do autor. 
A ideia do filme nasceu, ao que é referido, de Jorge Silva Melo, e demorou algum tempo a fazer. O filme desliza com frequência entre o documentário, o teatro e o ensaio, até se decidir (na montagem) pelo cinema. Mas nota-se, mesmo se creio poder dizer que Pedro Pinho logrou, apesar disso e in extremis, segurar o filme, quero dizer, oferecer-lhe a consistência necessária para ser um cinema. Não sem, também aqui, sacrificar o tempo do filme.
Diria que, amputado de uma boa horinha, o filme ganharia.  

Mas é preciso observar da mesma forma algumas ideias brilhantes, e não falarei apenas da cena dos operários a dançar, ou essa outra da descoberta das armas. Não me incomoda a subversão temporal, que sequencia cenas supostamente actuais e discussões passadas  (sem que se trate de flashbacks), ou a mistura do real e do absurdo: tudo isso é cinema. E por vezes brilhante, em A fábrica de nada.  

E há outros pontos fortes a assinalar no filme, a começar por uma fotografia e um som magníficos, e uma forma de filmar que tanto deve ao cinéma vérité como invoca Ozu: sem quaisquer limitações, a câmara ora persegue os actores que correm, ora se detém em planos onde os personagens se obrigam a enquadrar num mesmo espaço.

Mas talvez o que mais me tenha impressionado tenha sido a direcção de actores: Pedro Pinho é mais um dos novos realizadores portugueses que sabe o que fazer aos actores, e os liberta do espartilho bolorento do velho teatro português (que parece ter ficado em Gil Vicente, tendo perdido a sua graça). Pinho quase apenas utilizou actores amadores, ou homens do povo, mas conseguiu deles milagres. Já não mais o «ora-agora-falas-tu, ora-agora-falo-eu», mas genuínos diálogos. Coisas em que o João Canicho é soberbo, mas que o genial Miguel Gomes nem sempre resolve. Também aqui, no que fazer dos actores, Pedro Pinho, de quem eu conheço apenas este filme (eu vou pouco ao cinema), é magnífico.

A fábrica de nada, Pedro Pinho, 2017

Blade Runner 2049




Com matéria prima tão boa, como é que se pode fazer um filme tão tão tão tão ... tão coisinho, tão fraquinho? Tão irritantemente mediocrezinho?
Dispensável...

Nuno Saraiva





Nuno Saraiva
30 anos a desenhar
Amadora BD 2018

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Frivolidades



Frivolidades das Caldas

O Astrágalo







Uma história de amor, dramática e sofrida, belíssima, servida por um preto e branco rude.
A partir do romance autobiográfico de Albertine Sarrazin.


Autores: Anne-Caroline Pandolfo e Terkel Risbjerk
Edição: G. Floy

Amadora BD 2018


Os ignorantes








Dois ignorantes: um vinicultor e um autor de banda desenhada aprendem sobre vinho e BD.
Desenho e narrativa clássicos.
Instrutivo, divertido, excelente! 

Étienne Davodeau
Edição: Levoir

Prémio Amadora BD 2018

Contar o mundo


 Contar o mundo
A reportagem em banda desenhada
Amadora BD 2018
Comissária: Sara Figueiredo Costa

Will Eisner





1917 - 2005

  O espírito de Will Eisner
Amadora BD 2018
Co-comissários: Denis Kitchen e John Lind

Jack Kirby


 1917 - 1994

 100 anos de um visionário

Amadora BD
Comissário: Mário Freitas

Amadora BD 2017




Exposições dedicadas a Nuno Saraiva, Jack Kirby, Will Eisner, Reportagem BD e muito mais. 

Júri dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada:
Nelson Dona (diretor do festival), Sandy Gageiro, Nuno Saraiva, Pedro Moura e Leonel Santos.

Amadora BD 2017: 27 de Outubro a 12 de Novembro  

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Harry Dean Stanton

Nascido em 1926, Harry Dean Stanton teve uma longa carreira na televisão e no cinema, onde participou em, entre outros, Pat Garrett e Billy the Kid (Sam Peckinpah), o Padrinho II (Copolla), Alien (Ridley Scott), Escape from New York (John Carpenter), One from the Heart (Copolla), Christine (Carpenter), Paris Texas (Wim Wenders) ou Wild at Heart (David Lynch). Mas para mim bastaria o seu papel em Paris Texas para o imortalizar.
Harry Dean Stanton faleceu em 15 de Setembro passado, com 91 anos de idade.   

sábado, 9 de setembro de 2017

Mascaras mexicanas em Lisboa


Do Carnaval à Luta Livre. Máscaras e Devoções Mexicanas no Museu de Lisboa.

Mais de 250 máscaras mexicanas, além de revistas de banda desenhada, videos, posters e fotografias de lucha libre.

Até 1 de Outubro 2017