O super-herói Batman pertence à DC Comics, rival da Marvel (Spiderman...) , e tem sido objecto de revisitações por parte da indústria cinematográfica (entre os quais dois episódios de Tim Burton), com resultados diversos.
A figura Batman remonta aos anos 40 e tem a particularidade
de ser um super-herói que não possui super-poderes, tendo sido também, ao longo dos anos, um dos
super-heróis mais bem servido em termos de desenhadores.
Órfão milionário, Bruce Wayne viu os pais serem assassinados
em criança, tornando-se mais tarde o herói vingador da noite de Gotham City. O
sucesso de Batman ultrapassou o do Superman , tornando-se uma figura de culto.
As razões do sucesso de Batman terão sido, entre outros, provavelmente o facto
de não possuir super-poderes, que são substituídos por toda a sorte de gadgets; mas a sua arma principal é o
medo que a sua figura, inspirada nos morcegos, incute nos criminosos.
O medo, a sua relação com o bem e o mal, e a relação com a
insanidade, acabaram por gerar alguns dos melhores argumentos das histórias de
banda desenhada. Vários argumentistas procuraram explorar a ideia de que a
figura do bem que Batman representa é apenas um dos lados da mesma moeda que
tem como reverso o mal: a viver no fio da navalha, inspirando os sentimentos
mais primários nos criminosos, Batman estaria muito próximo deles. O seu maior
inimigo, o Joker, não seria mais que o reverso de Batman, e até o hospício onde
está aprisionado, o Arkham Asylum, é claramente uma versão negra da mansão
Wayne.
A transposição para o cinema do Batman tem sido muito irregular,
e este último é o pior dos episódios. O argumento é um desfilar de
estereótipos, e claramente o realizador pouco sabe da figura de Batman. Muita
destruição, muitos maus e feios, história com saltos, muitos efeitos especiais,
com frequência desadequados, desaproveitamento de algumas poucas boas ideias:
uma chatice.
Uma estrela para a Cat Woman (Anne Hathaway) e mais meia
para a bat-mota.
A evitar.